sexta-feira, 26 de março de 2010

Baby Hermit


Estou cuidando de um bebê lindo, que parece um anjinho! É um filhote de Ramphodon naevius (beija-flor-rajado/Saw-billed Hermit). Me entregaram na terça-feira e eu pensei que rapidinho ele sairia voando e, enquanto ele não decide seguir, estou cuidando dele!
Essa espécie é endêmica da Mata Atlântica, ou seja, só consegue encontrar recursos para sobrevivência aqui. Provavelmente esse filhote seja uma fêmea, pois o bico já está ligeiramente encurvado (os machos têm o bico bem retinho).

No primeiro dia alimentei com água e açúcar mesmo, nesses recipientes de água para beija-flor mesmo. Deu certo, mas depois troquei pelo néctar e adicionei um pouco de papinha para filhotes.

Estou torcendo para que ele fique forte rápido e saia voando pela floresta! Quando isso acontecer postarei aqui contando... cheia de saudades.

Beatriz

segunda-feira, 22 de março de 2010

Aves de Ubatuba na TV

É sempre muito bom ver uma pessoa fazendo o que mais gosta, neste caso é melhor ainda, isto devido eu considerá-lo como um amigo, pessoa na qual muito admiro.

Ai vai os parabéns de toda equipe Birdwatching São Sebastião ao Carlos Rizzo, que esta mais uma vez na mídia, mostrando a paixão incomum de todos os observadores de aves.

O anfitrião Carlos mostra ao programa Terra da Gente da emissora RPTV, da região de Campinas, as aves de Ubatuba.

Para quem não pode ter a oportunidade de ver o programa, onde foi apresentado no dia 19 de março de 2010, ai vai o vídeo para todos poderem conferir.

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terça-feira, 16 de março de 2010

E o Passarinho Voou.

É engraçado como as pessoas que gostam de passarinhar têm uma fixação enorme por isso! Eu, por exemplo, quando ando na rua sempre estou de olho nos emplumadinhos que ficam sassaricando. Por vezes fico parado na rua e as pessoas que passam por mim até me perguntam o que estou vendo. Admito que em alguns momentos fico um tanto constrangido, tenho a impressão que alguns me olham e pensam: “Tadinho, deve ser meio pancadinha da cabeça”. Mas tudo tranqüilo.


E nesta tara maluca em observar aves descobri o fabuloso mundo Wikiaves, que mudou minha vida. Poder ver o que outros observadores estão vendo em todo o território brasileiro, trocar informações, tirar duvidas sobre a identificação de uma espécie... Realmente não tem como listar tantas possibilidades boas desta ferramenta virtual.


Como bom passarinhador que sou, em uma tarde no trabalho - meio que de bobeira - lá estava eu fuçando no Wikiaves, vendo as últimas espécies fotografadas em São Sebastião, quando me deparo com uma foto tirada pelo colega Mathias Singer, no dia 21/07/2007, de um gaturano-verdadeiro (Euphonia violacea) com uma anilha vermelha.



Foto tirada pelo observador de aves Mathias Singer.


(um breve histórico)


Tive a oportunidade de trabalhar na Riviera de São Lourenço com monitoramento de avifauna, realizando o anilhamento das aves. Os indivíduos capturados, depois do procedimento de biometria e anilhamento, eram soltos na Fazenda Acaraú, área devidamente homologada pelo IBAMA como local de soltura, distante um pouco mais de 2km do local de captura.


As aves capturadas na Riviera recebiam uma anilha amarela, e as capturadas na área de soltura recebiam, por sua vez, uma anilha vermelha. Em ambos os casos os indivíduos capturados recebiam uma numeração independentemente da cor da anilha. Dessa forma é possível saber o local em que o espécime foi marcado, logo de cara.


(voltando a historia)


Quando vi naquele momento a anilha vermelha, me lembrei imediatamente de quando comecei a ter gosto em observar aves, o que aprendi com o Mestre Luiz Sanfilippo (aquelas coisas de quem só passou milhares de horas no mato sabe), pessoa que eu aprendi admirar e respeitar. Mas voltando ao assunto e deixando o saudosismo de lado, aquela anilha foi colocada na Fazenda Acaraú.


Agora muitos podem estar se perguntando “mas o que tem de tão importante nisto?”. Primeiramente, esta historia mostra a importância do trabalho de anilhamento e, neste caso, a dispersão do indivíduo. O gaturamo percorreu cerca de 27km do ponto capturado e o ponto registrado e,assim, podemos notar o tamanho da sua área de abrangência.


Com estas informações podemos brincar um pouco com os números. Se extrapolarmos isto para um raio de 27 km, teremos uma área de 169km de circunferência, ou seja, o indivíduo possui uma área territorial de influência com cerca de 2.290km².



Linha reta amarela: distância entre o ponto de captura e o ponto de registro da ave.


Este foi só um exemplo de como o anilhamento é importante para compreendermos melhor vários dos aspectos biológicos de uma espécie. A princípio as anilhas eram utilizadas apenas para saber quais eram as rotas de migração, e hoje as utilizamos para obter informações diversas, por exemplo: tempo de vida, dinâmica populacional, comportamento, estrutura social, sobrevivência, sucesso reprodutivo, toxicologia, manejo, monitoramento ambiental.


Aproveito a oportunidade para deixar uma mensagem: caso você encontre uma ave anilhada, ainda que esteja morta, anote o código (letra e número), a data, local de encontro e avise ao CEMAVE – Centro Nacional de Pesquisa para Conservação das Aves Silvestres. Envie sua informação, ela é muito importante e, de quebra, você estará recebendo em sua casa um Certificado de Agradecimento com todas as informações sobre a ave que foi encontrada e anilhada.


Para entrar em contato:

ICMBIO/CEMAVE – BR-230 km 10, Floresta Nacional da Restinga de Cabedelo, s/n CEP 58310-000, Cabedelo-PB – Fone/fax: (83) 3245-5001

http://www.icmbio.gov.br/cemave/