quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Bye, bye beira do rio

Quem conhece Boiçucanga já ouviu falar na rua Beira Rio. Eu moro bem pertinho e, por isso, vejo diversas aves que usam a beira do rio para se alimentar, para nidificar nas árvores próximas às margens, como é o caso do gavião caracoleiro.
Porém, o rio aqui de Boiçucanga é muito visado por aqueles que retiram areia. Tem um caminhão que todos os dias está bem no mesmo lugar dragando areia. Já andei com essa estória pra muita gente e todo mundo diz que eles têm a tal autorização (do DEPRN?) para fazer essa dragagem. Então...Ok!
Mas, também, tem um pessoal que retira areia de dentro do rio com pás. Como todos os dias, há mais de um ano, vejo esses homens que são sim muito trabalhadores, fiquei até meio constrangida de me revoltar com aquilo. Contudo, por eu trabalhar, numa época, praticamente junto à Polícia Ambiental, fiz a tal da denúncia. E o amigo policial me disse algo como que tirar areia do rio não é crime, e que o problema seria destruir a vegetação da margem do rio. Pois bem, era justamente isso que estava acontecendo.

As pessoas trabalhadoras do rio fazem umas “bancadas”nas margens para poderem acomodar as pilhas de areia. Além disso, fazem extensos caminhos para passarem com o carrinho de mão das margens do rio à rua onde o caminhão pode estacionar, quando não levam diretamente para uma obra próxima.Bem, no final das contas soube que haviam sido feitas várias denúncias e que não tem mesmo o que ser feito. A Polícia Ambiental só pode autuar em flagrante e neste caso a penalidade é uma multa e apreensão dos equipamentos e veículos utilizados.

Mas vejam só, de segunda a segunda – o que inclui finais de semana e feriados – estes homens trabalham retirando areia do rio. Será que se tivessem uma atividade mais digna não mudariam de opção? Uma oportunidade muitas vezes pode ser mais válida que uma penalidade.

Fotos das margens do rio e texto: Beatriz Lopes

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

"Pássaro preso não canta, lamenta".

Esta é a frase que está num adesivo do carro da Secretaria do Meio Ambiente de Ubatuba, que meu amigo Carlos Rizzo utiliza para se locomover a trabalho.

Ontem no twitter recebi um tweet da Revista Birdwatcher (http://www.birdwatcher.com.br/) com uma matéria sobre a criação de papagaios como animais domésticos. Dê uma espiada para conferir!

Foto: araçari-banana (Pteroglossus bailloni) à venda em loja certificada pelo Ibama.


Particularmente, acredito que nenhuma ave deveria ser criada como animal doméstico e que a criação de animais silvestres em cativeiro deflagra o tráfico de animais.


Foto: loja de animais certificada pelo Ibama


Conheço gente que já comprou tucano de tráfico e muitas pessoas que têm aves como o gaturamo-verdadeiro (Euphonia violacea), chamado de "bonito" pelo pessoal aqui do litoral, e ainda saí-azul (Dacnis cayana) e saíra-sete-cores (Tangara seledon), simplesmente apanhados da natureza.


Foto: saíra-sete-cores (Tangara selendon) à venda em uma loja certificada pelo Ibama.

De qualquer forma devemos orientar as pessoas a, acima de tudo, não comprar animais oriundos do tráfico, ou seja, sem garantia de registro no Ibama. Adquirir um animal selvagem, sem saber de sua procedência pode, além de transmitir doenças para os seres humanos, ainda render em detenção do comprador. É Lei! E quando puder, denuncie para a Polícia Ambiental a ocorrência de captura e venda desses animais, de maneira ilegal.

Para maiores informações acesse o site do Renctas (Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Sivestres): http://www.renctas.org.br/

Estou apenas expondo minha opinião, longe de julgamentos!! Se você gosta de criar aves e o faz respeitando a legislação, ótimo!

Eu prefiro vê-los livres!

Foto: saíra-sete-cores (Tangara selendon) nos visitando em Ubatuba!

Fotos e texto: Beatriz Lopes






segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Medo de água fria

Aqui na barra de Boiçucanga é uma festa para quem gosta de peixes, crustáceos e barrigadas! Junta todo mundo: os martins-pescadores, as garças, as fragatas, os socozinhos e os savacus. Ah, e muitos urubus, claro!
Uma simpática família de savacus está sempre por ali e é fácil vê-los pousados nas embarcações. Observando os fregueses da pescaria, registrei uma cena engraçada de um savacu (Nycticorax nycticorax) indeciso sobre entrar na água. Será que o dorminhoco estava tentando acordar?


Acorda, dorminhoco!!!

De passinho em passinho foi chegando perto da água.

Primeiro um pezinho... que coragem! Asinhas abertas para garantir equilíbrio.

Depois o outro pé. Hmmm, que refrescante!

É... molhar a barriga é complicado! Desistiu e voltou para a embarcação.

Fotos e texto: Beatriz Lopes















quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Voa que te quero livre


Voa que te quero livre
I Concurso Fotográfico da Reserva Guainumbi




Para fotos feitas em qualquer lugar do Brasil, e duas categorias especiais para fotos feitas na Guainumbi


Prêmios para fotos em qualquer lugar do Brasil



  • Categoria compactas com zoom até 5x: Panasonic Lumix FZ - 35

  • Categoria compactas com superzoom: 1o lugar - corpo da Nikon D90, 2o lugar - lente Nikkor 70-300.

Prêmios para fotos feitas na Guainumbi a partir de 21/10/2010



  • Categoria câmeras compactas: Nikon D3000 com lente 18-55

  • Categoria câmeras DSRL: Kit Guainumbi


Maiores informações:


http://www.reservaguainumbi.com/

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Acidentes de trânsito aumentam nos feriados (cenas fortes!)

Feriadão chegando... todo mundo se prapara para viajar! As pessoas não vêem a hora de chegar logo na praia, e quem corre mais chega na frente.

Infelizmente, os limites de velocidade não são respeitados pelos condutores de veículos, e quem sai perdendo na maioria das vezes são os répteis, mamíferos, artrópodes, aves e seres humanos ao cruzarem essa estrada que divide dois grandes fragmentos de mata remanescente aqui no litoral norte de São Paulo. Humpf!

Dia 10/10/10, começo de feriado, saí para uma volta de bicicleta e registrei alguns acidentes no acostamento da Rio-Santos, entre Boiçucanga e Bertioga, sentido Santos.




Crotophaga ani (anu-preto). Foto: Beatriz Lopes



Manacus manacus (rendeira). Foto: Beatriz Lopes



Tyrannus melancholicus (suiriri). Foto: Beatriz Lopes

Isso sem falar nos gambás e cachorros que são sempre as maiores vítimas, já que apresentam populações maiores.

Que tal trocar o carro por uma bicicleta no próximo feriado?

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Filosofando 1 - sincronicidade




Tenho vários amigos que estão na minha lista de "quando eu for para São Paulo preciso ver ...". Anteontem, encontrei a DItálicoani no metrô. Aquela pergunta recorrente "Como será que está a Dani?" foi respondida. Que coincidência!!! Da última vez que nos encontramos, em 2008, foi da mesma forma, no metrô. Ela entrou no mesmo vagão e sentou bem na minha frente, muita sorte!


Dias antes aconteceu a mesma coisa com a Ste. Encontrei-a de repente na padaria da rua que fico em SP, e foi aquela gritaria: - Nossa, não acreditoooooo! Que coincidência!!! Você? Por aqui? Que bom te ver!
Florisuga fusca Foto: Beatriz Lopes

Sincronicidade? Coincidência? "O Segredo"? Não sei, mas às vezes o encontro é mais surpreendente do que o desencontro. Será que é por lembrar que estamos todos conectados?

Myiodynastes maculatus Foto: Beatriz Lopes

Lembro-me do Avistar de 2009 em que um pavó pousou bem na frente da feira. Nossa, que coincidência! Todo mundo dizia isso: "Bem na frente da feira de observação de aves!". Algum mais cético ignoraria este evento, já que estávamos em um parque relativamente arborizado e as aves são animais dinâmicos. Numa visão mais integral, e até ecológica, fatos como este ocorrem porque estamos de fato todos conectados, os seres humanos, as aves, os insetos e tudo que tem vida.



Cheguei em casa e me surpreendi com outros encontros: caneleiro-preto, bem-te-vi-rajado, o beija-flor-preto e muitas juruviaras. Quanto tempo que não os via! Coincidência?? Não, é a primavera!






domingo, 5 de setembro de 2010

Olha o saci!

Estive em Ubatuba nesta semana e, dentre todas as aves que sempre temos o prazer em observar, lá estava o saci pra quem quisesse ver e, principalmente, ouvir! Eu já estava quase acreditando naquela história que as pessoas se perdem atrás de seu canto insistente, pois de fato é muito mais fácil ouvir do que ver o saci, ou sem-fim (Tapera naevia).



Para mim é sempre uma surpresa ouvir o saci, já que dentro das matas úmidas aqui do litoral quase não ocorre. Nesta ocasião foram dois dias muito quentes, em uma área bem aberta, com uma vegetação espaçada e muita vontade de cantar!

O mais legal é o topetinho dele que fica subindo e descendo sem parar, muito lindo!

UBATUBA É DEMAIS!

Contagem regressiva para o festival de observação de aves de Ubatuba: faltam 5 dias! Visite o site www.ubatubabirds.com.br

sexta-feira, 23 de julho de 2010

A era do "piador" e o retrocesso do Código Florestal..

Devo confessar que estou totalmente envolvida com o twitter. No começo não entendia nada e achava sem graça, como acho muitas ferramentas de relacionamento virtual.

Mas esse negócio de escrever e ler coisas interessantes rapidamente é fantástico!

Estou escrevendo isso porque:

1) Gostaria que me acompanhassem no twitter;
2) Sempre coloco informações de assuntos de meio ambiente e aves;
3) Hoje li uma matéria no site do uol que "twittei" e queria compartilhar com os leitores do blog.

Dizia assim, o enunciado: Novo Código Florestal aumenta pedidos para desmate - quer dizer... já dá pra sentir o que há por vir!!! AI, QUE MEDA!!!

"Vários Estados estão preocupados com a corrida de proprietários por autorizações de desmatamento e alguns, como Tocantins e Minas, notam crescimento da procura. O principal motivo é a possibilidade de alteração do Código Florestal. No início do mês, uma comissão especial da Câmara aprovou proposta elaborada pelo deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP) para mudar a lei. A votação só deve ocorrer após as eleições.
A presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), havia previsto essa corrida. Isso porque o texto estabelece uma moratória de cinco anos para novos desmatamentos. Hoje é possível desmatar 20% da propriedade na Amazônia e 75% no Cerrado (em Estados da Amazônia Legal) (...)". Em http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia/2010/07/23/novo-codigo-florestal-aumenta-pedidos-para-desmate.jhtm

No blog de Bonito tem duas postagens a respeito, feitas no momento em que saiu a proposta da alteração do Código Florestal. Vale a pena ler a postagem ecochata da Tietta: http://bonitobirdwatching.blogspot.com/2010/06/codigo-florestal-brasileiro-mais.html

É dever nosso fazer barulho para que esse tipo de retrocesso não aconteça no nosso país, que ainda é exemplo de biodiversidade.

Eu estarei fazendo barulho, seja "piando" no twitter, blogando, compartilhando... e enchendo o saco de quem não compartilha desse meio virtual também!

@birdsaoseba

Tchau!

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Ai, que dó!

Pomba Pariri (Geotrygon montana)

Ai, ai! Que delícia ter casa no meio do mato, cheia de vidraças enormes... como aquela do programa da Ana Maria Braga. Sim, de dentro podemos observar a mata, e de fora a mata reflete no vidro. Maravilha, hein?!

Mas o que é bom para uns, é ruim para outros.

Tirei essa foto da pariri morta bem debaixo de uma vidraça. As aves, principalmente em dias de chuva, podem colidir com vidraças e morrer ou se ferir.

O que podemos fazer para evitar isso? Temos que sinalizar que aquilo não é continuação da mata ou mesmo assustar as aves colando silhuetas de falcões.

No site do CEO (Centro de Estudos Ornitológicos) tem várias dicas de como cada um pode ajudar a proteger as aves e, inclusive, a silhueta do falcão para impressão: http://www.ceo.org.br/

Vamos ajudar!

terça-feira, 13 de julho de 2010

Observando árvores.

Em saídas de observação de aves procuramos locais bem arborizados, na maioria das vezes. De acordo com a paisagem do local podemos deduzir que tipo de aves serão observadas. Em São Sebastião sempre estamos à espera das aves nos fragmentos de Mata Atlântica, um dos poucos que restam no país. Assim, sempre que observamos aves, observamos árvores!


No meu caso, basta abrir a janela para desfrutar das visitas das penosas. A uma distância de uns 32 metros do rio, está uma árvore que eu sempre observo, um pau-jacaré (Piptadenia gonoacantha), que serve de parada para várias espécies de aves.






Piolhinho (Phyllomyias fasciatus) Foto: Beatriz Lopes


Pica-pau-anão-barrado (Picumnus cirratus) Foto: Beatriz Lopes



Bico-virado-carijó (Xenops rutilans) Foto: Beatriz Lopes


Beija-flor-cinza (Aphantochroa cirrochloris) Foto: Beatriz Lopes


Caneleiro-preto (Pachyramphus polychopterus) Foto: Beatriz Lopes


E muitas outras espécies pousam nessa árvore. Por isso, vamos plantar aves!! E lutar pela preservação dos poucos remanescentes de floresta que restam.

sábado, 22 de maio de 2010

Curso de capacitação em turismo científico



Dia 18 de maio demos um curso de Observação de Aves para o pessoal do curso de capacitação em turismo científico, realizado em Boiçucanga. O curso faz parte do trabalho de Turismo Científico do amigo Iraê Abate, desenvolvido pela Oscip AlNorte, contemplado por uma parceria formada pelo Colegiado das Entidades Ambientalistas do Litoral Norte de São Paulo (REALNORTE), Academia (UNISANTOS) e a PETROBRAS.

Obrigada pela participação de todos! Espero que mais olhares possam colaborar com nosso trabalho!
Grande abraço,
Beatriz

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Avistar 2010... muita emoção!




Domingo respirei fundo no Parque Villa-Lobos, nem acreditei que o final de semana estava terminando. Como passou rápido! Nem consegui falar com todas as pessoas que queria, mas foram suficientes o contato e a troca de experiências com todos aqueles malucos observadores de aves. E ainda fomos contemplados com um bando de Diopsittaca nobilis no final do evento para dar uma ilustrada.

Gostaria de registrar meus agradecimentos a todas as pessoas que me concederam alguns minutinhos para um "Oi, já li seu blog!", "Lembra que a gente já se falou por email?" ou "Você observa corujas no final da tarde ou no amanhecer?"; e ainda a amigos não observadores de aves, família, amigos de São Sebastião e amigos antigos da faculdade que seguiram no estudo das penosas, que deixaram esses dias ainda melhores.


E meus agradecimentos finais vão para o grande amigo Carlos Rizzo, que mais uma vez nos acolheu no stand de Ubatuba, e que voltou com 200kg de açúcar doados pela Native para alimentar os beija-flores do Jonas.


Parabéns, Guto! E parabéns para todos nós!


Até a próxima edição do Avistar!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Torre de observação na televisão

A TV Vanguarda veio visitar Boiçucanga. A princípio fariam um vôo mas, devido ao mau tempo, ao invés de voar o pessoal do Vanguarda Mix foi fazer um passeio de tirolesa no Sítio Jequitibás, no deck onde observamos aves.

http://www.vnews.com.br/video.php?id=5417

Muito bom!

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Sem açúcar, com afeto.




Já faz uma semana que estou cuidando da minha amiga rajadinha (filhotinho de Ramphodon naevius), e ela ainda não voou... Ela voa para a frente, mas não consegue levantar vôo. Hoje busquei umas informações sobre o tempo de maturação dos beija-flores e caí na página do cientista, agrônomo, advogado, naturalista e ecologista...ufa... Augusto Ruschi, que ainda era especialista em beija-flores.


E não é que descobri que ele foi o autor da publicação sobre o uso de bebedouros com soluções açucaradas que podem causar doenças às aves?! Pois é, achei o danado!


E lá na página do especialista (www.augustoruschi.com.br) consta a seguinte informação: "Em bebedouros com alimentação artificial pode-se utilizar o açúcar cristal, sem qualquer problema para a saúde destes pássaros, desde que seja feito uma higienização diária das garrafinhas e a solução açucarada, de 20 a 25% de concentração, seja trocada diariamente logo no início do dia".


No dia que recebi a "rajadinha" dei a tal da solução açucarada para que ela pudesse repor rapidamente os carboidratos, já que devia estar há algum tempo sem se alimentar. No dia seguinte comprei o néctar e percebi que a frequência com que ela se alimentava diminuiu. Pensei: - Bom, alguma coisa tenho agora em comum com essa ave: adoramos açúcar!


Algumas pessoas que costumam colocar os bebedouros para atrair beija-flores dizem que realmente eles preferem o açúcar ao néctar. E, sendo assim, fazem a vontade do bichinho! Ah, sim, além de o néctar também ser mais caro. Mas... será que as garrafinhas são limpas todos os dias pela manhã? E a minha vizinha humana responde: - Ah, sim, quase todas as manhãs eu limpo.

Como assim... quase?

Isso me fez lembrar de uma matéria sobre o bem e o mal onde li o seguinte: "O mal que causamos acontece geralmente pela falta de consciência do que fazemos e pela nossa ausência de visão com relação às estrondosas consequências que podem ser geradas com base nas nossas atitudes. Somos inconscientes do mal que praticamos, e que, aliás, na maioria das vezes é feito em nome do bem, ou do que achamos que ele é" (Revista Vida Simples - Abril/2010).

Beija-flores e crianças podem ser felizes sem açúcar, sim!




sexta-feira, 26 de março de 2010

Baby Hermit


Estou cuidando de um bebê lindo, que parece um anjinho! É um filhote de Ramphodon naevius (beija-flor-rajado/Saw-billed Hermit). Me entregaram na terça-feira e eu pensei que rapidinho ele sairia voando e, enquanto ele não decide seguir, estou cuidando dele!
Essa espécie é endêmica da Mata Atlântica, ou seja, só consegue encontrar recursos para sobrevivência aqui. Provavelmente esse filhote seja uma fêmea, pois o bico já está ligeiramente encurvado (os machos têm o bico bem retinho).

No primeiro dia alimentei com água e açúcar mesmo, nesses recipientes de água para beija-flor mesmo. Deu certo, mas depois troquei pelo néctar e adicionei um pouco de papinha para filhotes.

Estou torcendo para que ele fique forte rápido e saia voando pela floresta! Quando isso acontecer postarei aqui contando... cheia de saudades.

Beatriz

segunda-feira, 22 de março de 2010

Aves de Ubatuba na TV

É sempre muito bom ver uma pessoa fazendo o que mais gosta, neste caso é melhor ainda, isto devido eu considerá-lo como um amigo, pessoa na qual muito admiro.

Ai vai os parabéns de toda equipe Birdwatching São Sebastião ao Carlos Rizzo, que esta mais uma vez na mídia, mostrando a paixão incomum de todos os observadores de aves.

O anfitrião Carlos mostra ao programa Terra da Gente da emissora RPTV, da região de Campinas, as aves de Ubatuba.

Para quem não pode ter a oportunidade de ver o programa, onde foi apresentado no dia 19 de março de 2010, ai vai o vídeo para todos poderem conferir.

Baixe o Adobe Flash Player

terça-feira, 16 de março de 2010

E o Passarinho Voou.

É engraçado como as pessoas que gostam de passarinhar têm uma fixação enorme por isso! Eu, por exemplo, quando ando na rua sempre estou de olho nos emplumadinhos que ficam sassaricando. Por vezes fico parado na rua e as pessoas que passam por mim até me perguntam o que estou vendo. Admito que em alguns momentos fico um tanto constrangido, tenho a impressão que alguns me olham e pensam: “Tadinho, deve ser meio pancadinha da cabeça”. Mas tudo tranqüilo.


E nesta tara maluca em observar aves descobri o fabuloso mundo Wikiaves, que mudou minha vida. Poder ver o que outros observadores estão vendo em todo o território brasileiro, trocar informações, tirar duvidas sobre a identificação de uma espécie... Realmente não tem como listar tantas possibilidades boas desta ferramenta virtual.


Como bom passarinhador que sou, em uma tarde no trabalho - meio que de bobeira - lá estava eu fuçando no Wikiaves, vendo as últimas espécies fotografadas em São Sebastião, quando me deparo com uma foto tirada pelo colega Mathias Singer, no dia 21/07/2007, de um gaturano-verdadeiro (Euphonia violacea) com uma anilha vermelha.



Foto tirada pelo observador de aves Mathias Singer.


(um breve histórico)


Tive a oportunidade de trabalhar na Riviera de São Lourenço com monitoramento de avifauna, realizando o anilhamento das aves. Os indivíduos capturados, depois do procedimento de biometria e anilhamento, eram soltos na Fazenda Acaraú, área devidamente homologada pelo IBAMA como local de soltura, distante um pouco mais de 2km do local de captura.


As aves capturadas na Riviera recebiam uma anilha amarela, e as capturadas na área de soltura recebiam, por sua vez, uma anilha vermelha. Em ambos os casos os indivíduos capturados recebiam uma numeração independentemente da cor da anilha. Dessa forma é possível saber o local em que o espécime foi marcado, logo de cara.


(voltando a historia)


Quando vi naquele momento a anilha vermelha, me lembrei imediatamente de quando comecei a ter gosto em observar aves, o que aprendi com o Mestre Luiz Sanfilippo (aquelas coisas de quem só passou milhares de horas no mato sabe), pessoa que eu aprendi admirar e respeitar. Mas voltando ao assunto e deixando o saudosismo de lado, aquela anilha foi colocada na Fazenda Acaraú.


Agora muitos podem estar se perguntando “mas o que tem de tão importante nisto?”. Primeiramente, esta historia mostra a importância do trabalho de anilhamento e, neste caso, a dispersão do indivíduo. O gaturamo percorreu cerca de 27km do ponto capturado e o ponto registrado e,assim, podemos notar o tamanho da sua área de abrangência.


Com estas informações podemos brincar um pouco com os números. Se extrapolarmos isto para um raio de 27 km, teremos uma área de 169km de circunferência, ou seja, o indivíduo possui uma área territorial de influência com cerca de 2.290km².



Linha reta amarela: distância entre o ponto de captura e o ponto de registro da ave.


Este foi só um exemplo de como o anilhamento é importante para compreendermos melhor vários dos aspectos biológicos de uma espécie. A princípio as anilhas eram utilizadas apenas para saber quais eram as rotas de migração, e hoje as utilizamos para obter informações diversas, por exemplo: tempo de vida, dinâmica populacional, comportamento, estrutura social, sobrevivência, sucesso reprodutivo, toxicologia, manejo, monitoramento ambiental.


Aproveito a oportunidade para deixar uma mensagem: caso você encontre uma ave anilhada, ainda que esteja morta, anote o código (letra e número), a data, local de encontro e avise ao CEMAVE – Centro Nacional de Pesquisa para Conservação das Aves Silvestres. Envie sua informação, ela é muito importante e, de quebra, você estará recebendo em sua casa um Certificado de Agradecimento com todas as informações sobre a ave que foi encontrada e anilhada.


Para entrar em contato:

ICMBIO/CEMAVE – BR-230 km 10, Floresta Nacional da Restinga de Cabedelo, s/n CEP 58310-000, Cabedelo-PB – Fone/fax: (83) 3245-5001

http://www.icmbio.gov.br/cemave/

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Passarinhando no Escritório




Para quem gosta de passarinhar, mas tem que ficar durante a semana toda enfurnado em um escritório, vendo o ar condicionado respirar... Ai vai uma dica bacana, a Revista Eletrônica Ornithos conta agora com uma câmera ao vivo.



Esta câmera encontra-se em Orange County, California, EUA e acompanha ao vivo um ninho de beija-flor (Selasphorus sasin sedentarius). Esta bela fêmea colocou um ovo ontem (25/02/10) e estaremos acompanhando desde o período de incubação até os filhotes deixarem o ninho.



Linki para câmera: http://www.ornithos.com.br/?page=camera_movel



Workshop de Identificação de Aves


Mais um grande evento acontece em Ubatuba, nossos amigos do Ubatuba Birdwatching Center estarão promovendo nos dias 16 a 18 de abril um Workshop de Identificação de Aves.



Fica ai a sugestão para os amantes das aves, mais detalhe sobre o evento conferira no site:


WWW.ubwc.info

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Aves Ameaçadas do Brasil

Os fotógrafos Edson Endrigo e Ciro Albano e a SAVE Brasil fecharam uma parceria inédita e estão desenvolvendo o livro Aves Ameaçadas do Brasil, cedendo gratuitamente todas as imagens que eles possuem de aves ameaçadas de extinção no Brasil.

Aqueles que tiverem interesse em apoiar essa iniciativa podem trocar a foto de uma espécie de ave ameaçada de extinção que nós ainda não temos por 02 exemplares do livro Aves Ameaçadas do Brasil.

Além disso, essa é uma forma de contribuir com o trabalho que a SAVE Brasil vem realizando em prol da preservação das espécies ameaçadas, já que toda a renda arrecadada com a venda do livro será destinada aos projetos de conservação da SAVE Brasil.

Participe e dê sua contribuição à conservação das aves brasileiras!

Para conhecer a lista das espécies de aves que farão parte do livro e para ver quais espécies nós ainda não possuímos a foto é só acessar a lista:

http://www.avesefotoseditora.com.br/participe/

Sua foto pode fazer parte dessa história!

E é lógico que a Birdwatching São Sebastião não ficou de fora, tivemos a oportunidade de mandar algumas fotos do Gavião-Pombo-Pequeno (Leucopternis lacernulatus) e estamos na torcida para que seja selecionado uma foto desta espécie.


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Vídeo Mostra Descoberta de Ave Brasileira

O biólogo e ornitólogo Edson Guilherme dedica-se acerca de dez anos ao estudo das aves no Estado do Acre, realizando o monitoramento da avifauna através de anilhamento. Com seu trabalho foi possível a captura de uma espécie descrita apenas há dois anos, e que não foi observada em nenhuma outra parte do país. Vale apena conferir seu trabalho e conhecer o flautim-rufo (Cnipodectes superrufus).

Esse vídeo foi retirado do site http://blogdaamazonia.blog.terra.com.br/

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Que fervo!

Nesses dias quentes está difícil achar sombra e água fresca. A temperatura aqui no litoral tem ficado na faixa dos 40 graus!

- Sr. Pesquisador, isso é o aquecimento global?

O mundo científico ainda não pode afirmar que sim, porém alguns estudos com modelos matemáticos estão ajudando a antever os futuros efeitos do aquecimento global no país. Funciona assim: os pesquisadores reúnem as condições ambientais essenciais para cada espécie, e simulam o que pode acontecer com o clima em diferentes cenários de concentração de gases na atmosfera. Com base nos resultados de estudos desse tipo, poderão ser sugeridas áreas de preservação capazes de sustentar populações de determindas espécies. Assim, não adianta escolher uma área de floresta a ser protegida se ela tiver poucas chances de, no futuro, abrigar a diversidade biológica que se deseja manter. "As unidades de conservação atuais podem não servir para preservar as espécies", alerta o ecólogo da Universidade Federal de Goiás, Paulo de Marco Júnior.

- Mas o que isso tem a ver com as aves?

Um estudo da Universidade de Brasília, liderado pelo pesquisador Miguel Ângelo Marini, fez projeções de onde estarão 26 espécies de aves do Cerrado em 2030, 2065 e 2099. Segundo os resultados, a maior parte dessas aves deve se deslocar, em média, 200 quilômetros para sudeste - que é a região mais urbanizada do país. No estado de São Paulo, estima-se que reste menos de 1% do Cerrado original. "Não adianta só o clima estar bom para as aves se a vegetação do Cerrado demorar para chegar", diz Marini, que estima uma diminuição nas áreas ocupadas por todas as espécies estudadas, o que poderá tornar ainda mais raras as aves que já têm distribuição restrita. Uma outra pesquisadora do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Marinez Siqueira, diz que "as áreas de Cerrado que já existem no leste do estado passam a ter uma importância maior". É o caso dos encraves de Cerrado do Vale do Paraíba, na porção norte do estado de São Paulo, entre as Serras do Mar e da Mantiqueira, uma região muito alterada pela atividade humana e onde restam poucos fragmentos de vegetação natural. Mesmo assim, Marinez acredita que valha a pena estabelecer áreas de preservação por ali.

Sendo assim, que venha o tachã, porque a anhuma já chegou!

Beatriz

Fonte: Revista Fapesp n. 164/Outubro 2009

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Dias de Janeiro

Janeiro passou muito rápido e, apesar das chuvas dificultarem as saídas de campo para passarinhar, o saldo foi muito positivo. Tivemos a oportunidade de registrar muitas aves interessantes, dentre as quais podemos destacar o Catirumbava (Orthogonys chloricterus) e o Anambe-branco-de-rabo-preto (Tityra cayana), duas aves de difícil avistagem.


A equipe Birdwatching São Sebastião, para continuar realizando seus registros, agora conta com a parceria do Sitio Jequitibás na Estrada da Praia Brava (Boiçucanga), administrado pelo amigo Picho. O local possui um deck instalado no alto de um Jequitibá imenso e, desta maneira, é possível ter uma visão privilegiada sobre o dossel das árvores a uma altura de 30 metros.


O que de imediato nos chamou a atenção foi a facilidade da observação das aves e a perspectiva diferenciada. Ver as aves voando sob um ângulo de cima é realmente impressionante. Além disto o local tem uma concentração grande de aves da família Psittacidae e Ramphastidae. Observá-los interagindo em seu meio é sem dúvida de tirar o fôlego.



Maitaca-verde (Pionus maximiliani) avistada da torre de observação.



Visão da torre de observação do Sitio Jequitiás.


Tirolesa para chegar no deck de observação.